Resumo: O artigo evidencia que aproximadamente 90% dos acidentes de trânsito têm o fator humano como causa principal, com a distração, fadiga e imprudência sendo os “pecados capitais” do condutor, muitas vezes não percebidos ou admitidos pelo próprio motorista. O texto detalha como os Sistemas de Monitoramento do Motorista (DMS), baseados em Inteligência Artificial, atuam como um “co-piloto invisível” ao detetar precocemente sinais de fadiga, sonolência ou distração, e intervir com alertas em tempo real. A conclusão reforça que a IA, ao “entender” o motorista e fornecer feedback objetivo, é uma ferramenta estratégica para a prevenção de acidentes, a educação continuada e a proteção de vidas, transformando a gestão de frotas e a cultura de segurança para além da fiscalização.
Recentemente, uma influenciadora ganhou destaque nas redes sociais ao postar um Reels onde compartilha dois prompts utilizados no ChatGPT que a deixaram de boca aberta pela precisão nas respostas:
“Chat, existe algo, que a partir de nossas interações, você enxerga sobre mim e que talvez eu não tenha consciência?”
“Considerando tudo o que já conhece sobre mim, quais seriam as 5 principais perguntas que me fariam refletir sobre meu futuro ideal?”
Obviamente, não resisti à possibilidade de ter uma leitura baseada nas minhas próprias trocas com o Chat. E, de fato, a precisão é impressionante! Me peguei pensando que, talvez, mesmo após mais de 15 anos de casamento, nem minha própria esposa me conheça tão bem!
Passados alguns dias, me deparei com uma notícia que me fez traçar um paralelo interessante. A Volvo apresentou o novo FH 2026, um caminhão que utiliza inteligência artificial no acelerador para “entender o pé do motorista”.Segundo a montadora, o sistema analisa em tempo real a forma como o condutor acelera, ajustando o desempenho do motor para otimizar consumo e segurança. A ideia é simples — e brilhante: quanto mais o veículo aprende sobre o motorista, mais eficiente e confortável se torna a condução.
Mas o que me chamou atenção não foi apenas o avanço tecnológico. Foi a simbologia por trás disso.
Estamos diante de máquinas que aprendem sobre nós — nossos hábitos, ritmos e até nossos impulsos — e devolvem esse conhecimento em forma de performance e eficiência. Ao mesmo tempo, quantos de nós realmente dedicamos tempo para aprender sobre nosso próprio modo de dirigir a vida?
No trânsito e fora dele, somos muitas vezes guiados por automatismos: repetimos trajetos, comportamentos e reações sem perceber o quanto disso vem do hábito e o quanto vem de uma escolha consciente. Se a inteligência artificial já consegue reconhecer padrões sutis de aceleração, talvez esteja na hora de cada motorista (e cada pessoa) reconhecer os próprios padrões emocionais — aqueles que aceleram, freiam ou desviam nossos rumos sem que percebamos.
Talvez o futuro da mobilidade não esteja apenas em veículos que entendem o condutor, mas em condutores que se compreendem o suficiente para conduzir melhor suas escolhas.
E, quem sabe, com o tempo, essa parceria entre humano e máquina não se torne menos sobre controle e mais sobre consciência — tanto da estrada quanto de si mesmo.
Você acredita que a implementação de sistemas de monitoramento por Inteligência Artificial, que compreendem o comportamento humano e os sinais precoces de risco (como fadiga e distração), é o caminho mais eficaz e humano para reverter a alta taxa de acidentes e proteger vidas no trânsito?
Deixe sua opinião nos comentários — sua visão pode inspirar outras empresas e motoristas a repensarem suas práticas de segurança, adotando tecnologias que auxiliam o condutor a ser “entendido” e protegido, salvaguardando a sustentabilidade do negócio e o bem-estar de todos nas estradas.
🔗 Leia o artigo completo de Rodrigo Vargas no Blog Psicologia & Trânsito ou no LinkedIn.
Artigo escrito por Rodrigo Vargas – Psicólogo, Coach e Neurolinguista, agente de Fiscalização de Trânsito e Transporte na EPTC Porto Alegre (Coordenação de Educação para Mobilidade).
Leia outros artigos em nosso blog clicando aqui.
0 comentário