Tibério José de Brito Gonçalves Pereira
Fadiga no Transporte: O Que Está em Jogo?
Você já percorreu um trecho de estrada sem lembrar das placas e sinais que encontrou pelo caminho? E quanto aos motoristas da sua frota – sejam veículos leves ou pesados –, você sabe qual é o verdadeiro risco de acidentes por fadiga no transporte a que estão expostos?
Logo no início da minha carreira, quando dirigia no trecho João Pessoa/PB – Recife/PE, vivenciei o risco de perto: cochilei ao volante, o carro saiu para o acostamento e, por sorte, acordei a tempo de retomar o controle e parar em segurança. Naquele dia, foi apenas um susto, um quase acidente – mas nem sempre o desfecho é tão ameno.
Pesquisas da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, em parceria com a Academia Brasileira de Neurologia e o Conselho Regional de Medicina, indicam que 42% dos acidentes estão ligados ao sono e 18% diretamente à fadiga. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2023, o Brasil registrou 34.881 mortes causadas por sinistros de trânsito.
Embora este canal seja voltado à segurança rodoviária e transporte, o tema da fadiga impacta qualquer motorista, profissional ou não. Portanto, vale a atenção de todos!
Os perigos de Dirigir com Sono
Causas Mais Comuns da Fadiga ao Volante
- Privação de sono: Dormir menos do que o recomendado (geralmente abaixo de 7–8 horas por noite) reduz significativamente o estado de alerta, o tempo de reação e o discernimento, ampliando o risco de acidentes.
- Jornadas extensas e monotonia na direção: Longos períodos dirigindo, especialmente em rotas monótonas, favorecem a perda de vigilância e sonolência, mesmo quando há repouso adequado previamente.
- Desalinhamento entre cronotipo e horários de trabalho: Motoristas com ritmos biológicos noturnos ou vespertinos expostos a escalas inadequadas (muito cedo ou tarde da noite) têm queda de desempenho e alerta.
- Problemas de saúde não diagnosticados: Distúrbios como a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) fragmentam o sono, levando à sonolência diurna independente da duração do sono. Diabetes também pode contribuir.
- Álcool e drogas: O uso dessas substâncias compromete ainda mais o estado de alerta; estimulantes mascaram o cansaço apenas momentaneamente e sedativos, junto com o álcool, reduzem drasticamente os reflexos.
Impactos Sob Quatro Perspectivas
🚛 Para o motorista:
Eleva-se expressivamente o risco de acidentes graves e fatais, além de aumentar a incidência de problemas físicos e psíquicos, como distúrbios do sono e estresse.
🚦 Para o trânsito:
Cresce o número de acidentes com alto potencial de gravidade, resultando em bloqueios rodoviários, congestionamentos e maiores prejuízos ao fluxo logístico.
👨👩👧 Para a família:
A dependência econômica e emocional é afetada: acidentes podem causar perda ou invalidez do provedor, gerando traumas psicológicos e instabilidade financeira.
🌎 Para a sociedade:
O impacto se traduz em custos públicos elevados com saúde, previdência e seguros, além de sobrecarga dos sistemas de emergência e significativa perda econômica na cadeia logística.
Como Sua Empresa Pode Prevenir Acidentes de Fadiga
- Gestão rigorosa da jornada de trabalho e descanso: Respeito às limitações impostas pela Lei do Motorista Profissional (máx. 12h/dia, 4h de direção contínua, intervalos obrigatórios e descanso interjornada mínimo de 11h).
- Avaliações médicas e psicológicas periódicas: Exames constantes, com atenção especial à triagem para distúrbios do sono e fadiga, asseguram que apenas motoristas aptos continuem na ativa.
- Uso de tecnologia de monitoramento e alerta: Telemetria, computadores de bordo e câmeras de detecção de fadiga permitem intervenções rápidas e baseadas em dados concretos.
- Conscientização e engajamento interno: Programas reiterados de educação e treinamentos específicos fortalecem a cultura de segurança e o protagonismo dos motoristas na prevenção.
- Gestão de desempenho e consequências: Políticas de reconhecimento àqueles com bom histórico de segurança e aplicação de sanções educativas diante do descumprimento de normas, promovendo responsabilidade coletiva e individual.
Conclusão
A fadiga ao volante é um risco real, mas pode e deve ser controlada com uma gestão estratégica, moderna e responsável. Lideranças e equipes de transporte: que tal revisitar práticas internas, ampliar a conscientização e investir em tecnologia e capacitação? Segurança rodoviária começa com atitude preventiva, visão de futuro e compromisso com a vida!
Juntos podemos transformar o trânsito em um ambiente mais produtivo, humano e seguro.
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Fontes:
Jovempan.com.br – https://bit.ly/43WiSam
Portaldotransito.com.br – https://bit.ly/4klL4Js
ONSV – https://www.onsv.org.br/
ABTLP – https://bit.ly/3T1QaP1
Tibério José de Brito Gonçalves Pereira
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